PODA

Poda @ Estúdio Um, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Minho, 2015

A poda é feita em algumas plantas para lhes trazer mais vigor e energia. É um acto de ruptura estranhamente terno. Porque podar é, ao mesmo tempo, subverter e cuidar.
Na escrita existe um processo igualmente parecido: há um texto inicial, um discorrer de visões soltas e redundantes. E depois precisamos de re-leitura (tanta re-leitura) para nos aproximarmos de uma espécie de “estrutura essencial”. E ir cortando algumas palavras para deixar viver outras.
A presente exposição reúne um conjunto de trabalhos que se desenvolvem a partir de um encontro com desenhos e aguarelas esquecidos. Árvores quase mortas, textos inacabados… Uma nova leitura permitiu-lhes, a partir do corte e do vislumbre de momentos ainda verdes, crescer novamente.
Esta poda tenta redesenhar um rasto que estava para trás, invisível, e torná-lo em trajecto por fazer. É olhar e re-olhar, e pensar que sim, que até se pode fazer, até podia, é apenas uma questão de poda.

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